terça-feira, 15 de julho de 2008

O nome da Escola...

Quem foi ?

Abílio César Borges

O Barão de MacaúbasAbílio César Borges, primeiro e único barão de Macaúbas, (Rio de Contas, 9 de setembro de 182417 de janeiro de 1891) foi um médico e educador brasileiro.

Era filho de Miguel Borges de Carvalho e de Mafalda Maria da Paixão. Nasceu no povoado de Macaúbas, então pertencente à pequena Vila de Rio de Contas, ao sul da Chapada Diamantina, exatamente quando esta completava cem anos de emancipada. Ali efetua os primeiros estudos e, em 1838 muda-se para a capital baiana (Salvador), a fim de completar sua formação.

Em 1841, depois de haver interrompido os estudos por causa da saúde, entra para a Faculdade de Medicina da Bahia, transferindo-se em seguida para o Rio de Janeiro, onde diplomou-se em 1847 - tendo realizado o curso de forma brilhante.

Voltando para a Bahia, dedica-se ao magistério por quatro anos. Em 1845, funda, junto a outros, o Instituto Literário da Bahia, uma espécie de prelúdio de Academia de Letras, onde são realizados saraus, discutidas idéias e reunia os mais expressivos nomes da literatura baiana da época.

Realizou diversas viagens à Europa, a fim de aperfeiçoar seus métodos pedagógicos, de forma a torná-los aplicáveis aos seus trabalhos.

Era casado, desde 1848, com Francisca Antônia Wanderley, oriunda de importante família pernambucana, com quem teve vários filhos.

O formador de gênios

Em Salvador, ainda sem o baronato, Abílio César Borges fundou o Ginásio Bahiano, no ano de 1858. Ali, mais que um professor e diretor, aplicava as novidades pedagógicas que incorporava em seus estudos.

Esta instituição, assim como o também famoso e contemporâneo "Colégio Sebrão", foi responsável pelos fundamentos educacionais de futuras genialidades da Bahia, como Rui Barbosa, Aristides Spínola, Castro Alves, Plínio de Lima, Cezar Zama, dentre outros. Conservou-se à frente da instituição por quase quatorze anos. Viajou ao Velho Mundo com o próposito de melhorar os seus conhecimentos sobre os problemas pedagógicos.

Colégio Abílio de Barbacena, final do século XIX

De volta da Europa, em 1871 muda-se para o Rio de Janeiro, fundando ali o Colégio Abílio. Onze anos depois, graças à fama alcançada por sua instituição, foi nomeado como representante do Brasil em congresso pedagógico internacional de Buenos Aires. Em Barbacena, Minas Gerais, em 1881 instalou uma filial do colégio do Rio de Janeiro, por onde passaram ilustres personalidades da vida pública mineira (o prédio, que ainda hoje preserva características da construção original, serviu de sede para o antigo Colégio Militar de Minas Gerais e hoje é a sede do comando da Escola Preparatória de Cadetes-do-Ar).

Suas idéias, na época, eram inovadoras na educação brasileira: abolia completamente qualquer espécie de castigo físico; realizava torneios literários; culto ao civismo, etc. Imaginou um método de aprendizagem de leitura que denominou de Leitura Universal, para facilitar o estudo das primeiras letras, abriu vários cursos públicos gratuitos de leitura, convencido de que assim prestava o melhor serviço ao país.

A fim de poder ministrar as lições aos seus alunos, sem ofender entretanto os rígidos costumes da época, chegou até a mandar publicar, na Bélgica, um volume especial, adaptado para "menores", de Os Lusíadas.

Algumas obras publicadas

  • Proposições sobre Ciências Médicas, (tese de doutoramento - 1847)
  • Vinte anos de propaganda contra o emprego da palmatória e outros castigos aviltantes no ensino da mocidade
  • Desenho linear ou Geometria prática popular
  • Memória sobre a mineração da Província da Bahia (1858)
  • Discursos sobre a educação
  • Gramática Portuguesa
  • Gramática Francesa
  • Epítome de Geografia
  • Livros e Leitura
  • Vinte e dois anos em prol da elevaçãod dos estudos no Brasil
  • Os Lusíadas de Camões
  • A Lei Nova do ensino infantil
  • Conferência sobre o Aparelho Escolar Múltiplo e o Fracionamento

Civista extremado e Grande do Império

Ainda na Bahia, por ocasião da Guerra do Paraguai, manifestava-se exaltadamente pela imprensa, conclamando ao povo à luta em defesa da soberania brasileira. Mas, não restringiu-se a isto: chegou mesmo a patrocinar, de suas próprias rendas, o batalhão dos "Zuavos Baianos". Pioneiro do Abolicionismo, fundou a "Sociedade Libertadora 7 de Setembro", que publicava o jornal "Abolicionista". A 30 de julho de 1881, foi agraciado com o título de Barão de Macaúbas, depois elevado com a honra de Grande do Império, em 3 de junho de 1882. Além dessa honraria, foi comendador da Imperial Ordem da Rosa, da Ordem de Cristo e da de São Gregório,o Magno.

D. Pedro II demonstrava, através do reconhecimento dos méritos do Barão, sua preocupação com a educação no país, Imperador que valorizava o magistério e que declarava que, se não fosse o rei, queria ser "mestre-escola"...

O Barão de Macaúbas foi um homem à frente do seu tempo, que amava o seu país. Como educador, manteve-se sempre afeito às novidades quanto aos métodos de ensino, sem nunca perder o aprendizado próprio. Não tivesse deixado vestígios, bastaria o fato de ter sido o alicerce de Castro Alves e Rui Barbosa, dentre muitos outros.

Pertenceu à Academia Filomática, foi diretor geral do ensino na Bahia (1856), membro do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, além de muitas outras entidades lítero-científicas no Brasil e na Europa.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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